Afiliadas de emissoras de TV do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima querem o fim de fusos horários diferentes no País. Preocupadas com as conseqüências das normas da nova classificação indicativa podem gerar a partir de 09/01 – uma delas é a obrigatoriedade de cumprimento do fuso horário – elas têm duas opções: conseguir o apoio à campanha para que o País tenha um único horário, o de Brasília. Ou convencer o Ministério da Justiça a adiar o prazo enquanto estuda outra solução.
“Teremos que montar uma superestrutura. Também teremos problemas de comercialização. O cliente não vai querer pagar por algo que chega com uma hora atraso”, reclama o presidente da Associação das Empresas de Rádio e TV do Amazonas, do Sindicato de Emissoras de Radiodifusão do Estado do Amazonas e conselheiro da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV, Rui Alencar.
Representantes de afiliadas no Norte do País procuraram a deputada Rebecca Garcia (PP-AM) e pediram apoio à campanha. Depois de realizar uma audiência pública com técnicos para tratar do assunto, além de discutir a possibilidade de igualar o horário do Acre ao resto da região Norte (de –2h passaria a –1h), ela deu uma resposta negativa aos empresários. “Mudar o horário do Acre não causaria danos à população, mas de toda a região Norte representaria um custo muito alto, não só para a população como para a União”, explica.
Rebecca é relatora do projeto de lei 882/07, aprovado pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, da Câmara dos Deputados, e que agora está na Comissão de Constituição e Justiça. O PL pede a alteração da lei 2784, de 18 de junho de 1913, e garante que o Acre e todo o Estado do Amazonas tenham uma hora a menos que Brasília. Se aprovado, seguirá para o Senado.
A decisão acabou indo contra também os interesses de familiares da deputada, cujo pai é dono da TV Rio Negro (AM), retransmissora da TV Bandeirantes. Para ela, o problema todo está na nova portaria da classificação indicativa. “Tem que ser feito um trabalho para que caia essa portaria da classificação. O que me preocupava seria a informação gravada. Mas o Ministério da Justiça deixou claro que programas jornalísticos não têm censura, então não precisam ser gravados”.
Alencar promete estudar alternativas. Ele ainda não sabe qual será o impacto dessa nova classificação no orçamento das emissoras. “Sabemos que perderemos clientes ou que eles vão questionar os valores que pagam hoje. Também sabemos que precisamos montar uma estrutura de gravação e reprodução, e isso tem um custo alto. Além de aumento de pessoal. É bom considerar também que as TVs terão que se adaptar ao sistema digital e manter o analógico. Acho que poucas empresas aqui têm condições de arcar com essa responsabilidade. É uma sobrecarga em cima dessas empresas”, finaliza ele, que também é diretor-executivo da TV A Crítica.
Fonte: Comunique-se.com.br
Autor: Miriam Abreu
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