quarta-feira, maio 31, 2006

Dicas pra não falar ou ensinar errado - 02

Fitas de vídeo tem sua durabilidade aumentada se armazenadas, assim como os filmes fotográficos, em geladeira?
Emulsões fotográficas beneficiam-se realmente do frio, antes de serem expostas à luz dentro da câmera. Por este motivo, filmes dedicados a aplicações profissionais costumam ser armazenados em câmaras frias. No entanto isso nunca deve ser feito com fitas de vídeo. Entre outros problemas, como condensação de umidade no interior do cassete quando a fita é levada para um local menos frio (a fita não é vedada à entrada de ar em seu interior e este ar quente tem sua umidade natural condensada (transformada em água) ao entrar em contato com as partes frias no interior do cassete), o principal é a migração do lubrificante (de teor ácido) do mecanismo do cassete para a superfície da fita.

Armazenar fitas em prateleiras metálicas pode eventualmente com o tempo causar problemas de desmagnetização nas mesmas, ou mesmo alterar o campo magnético das partículas na superfície das fitas, devido à transmissão de campos eletromagnéticos?
Ao contrário, prateleiras metálicas são melhores do que as de madeira, por não serem combustíveis, por serem mais resistentes, não emitirem gases devido à evaporação de seladoras e vernizes e não absorverem umidade, como ocorre com a madeira não-selada. O campo magnético na prateleira metálica necessário para causar algum dano às fitas teria de ser muito intenso, o que poderia ocorrer em situações insólitas como um poderoso ímã / eletroímã conectado à prateleira, ou um grande motor elétrico cuja carcaça estivesse conectada eletricamente à mesma.

Fitas de vídeo devem sempre ser armazenadas após efetuar-se FF (Fast Forward) até o final da fita?
Este procedimento é comum no meio profissional de áudio, com o uso de fitas de áudio em rolo ou cassete a serem armazenadas por um longo período. Com o passar do tempo, eventualmente pode ocorrer a 'contaminação' magnética dos sons gravados em uma camada da fita para a camada adjacente. Essa transferência magnética, que ocorre de um trecho com forte magnetização (batida forte de um bumbo, por exemplo) para outro com pouca, chama-se 'print through'. Manter a fita na posição pós-FF não a evita, porém quando a fita é colocada em 'play' a cópia do som da outra camada (ouvida como ruído de fundo, em volume mais baixo) é tocada de trás para frente, sendo assim menos perceptível: é mais difícil identificar uma melodia tocada de trás para frente do que no modo normal. Fitas de vídeo dificilmente apresentam 'print through' em suas trilhas de áudio e não apresentam este problema em suas trilhas de vídeo. Neste caso, para fitas de vídeo a única indicação para armazenamento pós-FF é quando a operação Rewind do equipamento não re-enrola uniformemente a fita. Caso contrário é indiferente o armazenamento pós-FF ou pós-Rewind.

segunda-feira, maio 15, 2006

Absurdos

Fico pasmo em ler e ouvir certos absurdos ditos e escritos por alguns jornalistas e uns que se julgam jornalistas. Quando agridem a profissão de repórter fotográfico, julgando-o de incompetente para administrar um sindicato de sua própria classe, a dos jornalistas. Segundo a lei, esse profissional é denominado de jornalista e está apto a dirigir um essa instituição, desde que esteja em dias com suas obrigações sindicais e sem condenações judiciais. O nosso vizinho Estado do Acre que possui um dos mais destacados sindicatos do Brasil, é dirigido por um repórter cinematográfico, e isso ocorre há mais de 20 anos, exemplo de organização, determinação, de luta e de conquista. No Acre, as empresas de comunicação respeitam o sindicato, os filiados se orgulham do mesmo, pois sabem da luta que tiveram para fazer com esse tivesse o respeito que hoje conquistou. Não se discuti por lá, qual a profissão do presidente e sim o trabalho do jornalista que está à frente. Luta-se por novas conquistas, discute-se melhores salários e condições adequadas para exercer a profissão, luta-se contra a invasão de falsos jornalistas, contra pessoas que querem ser, sem a mínima condição para isso, luta-se pela moralização da classe, que é difícil,e incomoda muito. E em Rondônia, mais precisamente na capital, tenta se denegrir a imagem de um repórter fotográfico, por que ele se tornou presidente da classe, e o discriminam, tentando ridicularizar a profissão, e esquecem que há muitos desses profissionais trabalhando em nosso estado, que são jornalistas, igual aos repórteres, ao editores, redatores e etc...
Aquele que crítica e esquece do papel importante que o profissional realiza no seu trabalho, e o discrimina quando assume um cargo acima do seu, eu considero uma pessoa considero ignara. Não quero aqui defender a pessoa do presidente, nem suas atitudes ou sua administração, e sim defender e pedir respeito a uma profissão que admiro. Exerci durante muitos anos a profissão de repórter cinematográfico, com profissionalismo, dedicação, respeito e muito sucesso. É um dos poucos da época, fazia com amor e sempre tratava meu trabalho como arte, diferente do que muitos fazem hoje. Profissão essa, não muito diferente do repórter fotográfico. Durante esse tempo, tive a honra de conhecer ótimos profissionais, tais como: Machado, Nascimento, Eliânio, Fábio, Marcos, Juanito e tantos outros que não os encontro exercendo mais as atividades. Sempre respeitados e admirados em seus trabalhos, faziam sucesso, e suas fotos eram obras de arte. Temos profissionais competentes exercendo essa função e cita-los é uma honra, pois os conheço e os admiro, entre eles: Marcelo Gladson, Esio Mendes, Gomes, Miro, Wilsinho, Eliênio, Correia, José Hilde, e os demais que labutam no estado. Parabéns pra essa classe. Não esqueçam que em todo caminho a barreiras pra serem vencidas.

terça-feira, maio 09, 2006

Cinema nacional: Curiosidades

CINEMA DO BRASIL - A PRIMEIRA SALA FIXA
A primeira sala fixa de cinema no Brasil foi inaugurada no dia 31 de julho de 1897 na Rua do Ouvidor, centro da cidade do Rio de Janeiro. Os proprietários dessa sala eram Pascoal Segreto e José Roberto Cunha Salles. O Dr. Cunha Salles era famoso como grande explorador do jogo do bicho e outros jogos de azar, bonecos automáticos, caça níqueis e outros aparelhos de nomes estranhos como eletrógrafo e grafofonos. No Salão de Novidades Paris, no Rio de Janeiro, de sua propriedade, existia também o cinematógrafo Lumière.A imprensa noticiou o fato da inauguração da seguinte forma: "O animatógrafo Lumière passou a ser a mais sublime maravilha de todos os séculos. Ver as pinturas moverem-se, andarem, trabalharem, sorrirem, chorarem com tamanha perfeição e nitidez como se fossem naturais é assombroso! Salve Lumière!" ·.O sucesso do salão foi tão grande que emissários foram enviados à Europa e Estados Unidos para adquirirem novas fitas cinematográficas. As viagens passaram a se constantes, e os jornais anunciavam as novas aquisições diariamente. No final de 1897, o Dr. Cunha desligou-se dos Segreto, comprou um dos projetores à venda e passou a fazer exibições em Petrópolis.

PRIMEIRAS FILMAGENS NO BRASIL
No dia 19 de junho de 1898, Afonso Segreto regressou de uma de suas viagens comerciais e trouxe uma câmara de filmar. Ainda a bordo do navio francês Brèsil, ele filmou a baia de Guanabara. Os jornais noticiaram que grandes surpresas apareceriam em breve.No dia 5 de julho, os irmãos Segreto filmaram a visita que o presidente da Republica Prudente de Morais fez ao cruzador Benjamin Constant. A partir daí, todos os acontecimentos políticos e populares do Rio passaram a ser filmados, assim como as cenas recreativas que aconteciam pela cidade.O público queria a cada dia mais novidades. A fama de Pascoal Segreto espalhou-se pelo Brasil afora, e ele passou a ser chamado de "Ministro das Diversões do Rio de Janeiro". Pascoal montou um laboratório próprio e logo os acontecimentos importantes passaram a ser reproduzidos e exibidos 48 horas depois no cinematógrafo do Salão Paris, no Rio de Janeiro.

A ELETRICIDADE E O CINEMA BRASILEIRO
A Usina de Ribeirão das Lajes já estava sendo construída no início do século pelo The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Limited (Cia. De Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro Ltda.). Era uma unidade provisória de 3.400 HP e começou a funcionar em meados de 1907.O fornecimento de energia elétrica foi fundamental para o estabelecimento das salas fixas de projeção em todo o Brasil. No Rio de Janeiro, no segundo semestre de 1907, mais de 20 salas foram instaladas, tendo o maior número de assentos a recém inaugurada Avenida Central. O cronista João do Rio dizia que o cinematógrafo era o delírio da época.

OS PRIMEIROS CINEGRAFISTAS
Os cinemas que mais chamavam a atenção eram O Grande Cinematógrafo Rio Branco, o Cinematógrafo Pathé e o Cinema Palace. Dedicaram-se às filmagens: Cristóvão Guilherme Auler, dono do Rio Branco e o fotógrafo Julio Ferrez, que cinegrafava para o Pathé, que era de propriedade de seu pai Marc Ferrez e de Arnaldo Gomes de Souza. Os donos do Palace eram José Labanca, com o fotógrafo da revista O Malho, Antonio Leal. Havia ainda os irmãos Botelho, que filmavam no Rio de Janeiro e São Paulo. Com tantos cinegrafistas, Pascoal, o primeiro de todos, quase desapareceu. Mudou o nome do Paris para Pavilhão Internacional e passou a exibir somente fitas "alegres". Gilberto Amado, em suas memórias, relatou que na sala em frente à Galeria Cruzeiro eram realizadas "exibições de filmes obscenos, iguais aos que se mostravam em certos bordéis de Paris, de um realismo torpe. A sala enchia-se de deputados, senadores, comerciantes, dos homens mais sérios e de mulheres da vida". O gênero foi bem aceito e Pascoal passou a exibi-lo em suas outras casas. Uma delas chegou até a receber a visita do escritor francês France quando ele esteve no Brasil, no início do século XX.

A PRIMEIRA COMÉDIA BRASILEIRA
A primeira comédia cinematográfica feita no Brasil chamava-se "Nhô Anastácio chegou de viagem", dos irmãos Ferrez, interpretada por José Gonçalves Leonardo, e narrava as aventuras de um roceiro no Rio de Janeiro, o desembarque na Central do Brasil, o Palácio Monroe, O Passeio Público, o namoro com uma cantora e o final, quando chega a esposa.

A MAIOR PRODUTORA CARIOCA
A maior produtora carioca de fotocinematografia era a Labanca, Leal & Cia., do Palace. Essa Empresa mantinha um grande armazém-depósito de aparelhos e fitas, considerado um dos melhores existentes no mundo à época. Era de uma enorme variedade que ia desde fitas de costumes e científicas, até filmes agrícolas, industriais e comerciais. Em 1908, essa atividade de Leal era imensa, com todas as atualidades, chegando até mesmo a ter em seu acervo a primeira fita esportiva, "Match Internacional de futebol", entre brasileiros e argentinos e a primeira fita sobre corrida de automóveis - "O Circuito de Itapecerica", disputado em São Paulo; havia ainda pequenas comédias e um drama: "Os estranguladores".

OS DRAMAS
Antônio Leal também fez a primeira filmagem de adaptação de um romance brasileiro com câmara imóvel, filmado no Circo Spinelli. "Os Guarups", pantomima inspirada em José de Alencar, foi adaptada pelo palhaço negro Benjamim de Oliveira, que fazia o papel de Peri.Em 1908, outro sucesso inspirado num crime em São Paulo. O comerciante Elias Faharat é assassinado por um caixeiro que o esquarteja, coloca dentro de uma mala e remete para Santos. Os produtores descobriram que o gênero policial atraia grande público. Três produtores reconstituíram o crime e filmaram. Francisco Serrador, São Paulo, produziu o filme, que ganhou o nome de "O crime da mala", e foi fotografado por Aberto Botelho; Os Ferrez, Rio de Janeiro, produziram "A mala sinistra", mas Leal leva a melhor. O seu "A mala sinistra", é o mais longo dos três, com mais de 20 quadros e apoteose colorida.Em 1909, Fiqueiredo Pimentel já comentava: "o futuro desses divertimentos é absolutamente imprevisto...".

FILMES CANTADOS
Também em 1909, começam a se firmar os filmes cantados. Os artistas ficavam atrás das telas e iam falando ou cantando, conforme a cena. O gênero começou em São Paulo, com Francisco Serrador. Muitos eram rodados na ponte grande e os atores ficavam num barquinho, representando cenas românticas, cantando velhas canções espanholas ou italianas, ou árias de óperas conhecidas.No Rio de Janeiro, Auler, do Cinematógrafo Rio Branco, contrata cantores líricos e produz vários filmes, fotografados por Julio Ferrez e orquestrados pelo maestro Costa Junior. No início eram filmes curtos, como "Barcarola" , filme natural feito em Copacabana e Arpoador, com Antônio Cataldi. Com o sucesso, as fitas se alongaram e em 1911, "O Guarani" foi filmado quase integralmente, cantado por artistas vindos especialmente de Buenos Aires.Labanca e Leal são os primeiros e em julho de 1909, o Palace exibe em 3 atos a opereta "A viúva alegre", dirigido por Eduardo Leite e Américo Colombo. Antônio Leal monta sua própria firma e o Palace apresenta fitas fotografadas por Emílio Silva, e é feito o primeiro drama histórico: "Inês de Castro".A briga entre Labanca e Leal favorece Auler, e o Rio Branco passa a ser o favorito do público. "A viúva alegre", de Auler, com fotografia de Aberto Moreira atinge até o final do ano 300 exibições."A Tosca" e "Sonho de Valsa", com direção de José Gonçalves Leonardo entram em cartaz no mesmo ano, além de "A Gueisha", que foi mandado colorir em Paris, na casa Pathé. "Paz e amor", foi o primeiro filme brasileiro de maior sucesso na primeira e Segunda décadas do século XX.O sucesso das operetas em filmes é tanto que modelos de sapatos são lançados ("Chaleira" e "Viúva alegre"), e as lojas comerciais fazem reclame copiando as fitas de sucesso. "Paz e Amor" vira nome de uma revista cinematográfica, aproveitando o momento. O nome foi tirado do discurso de posse do Presidente Nilo Peçanha, que teria declarado aos jornalistas que "Farei um governo de Paz e amor..."

Fonte: allaboutarts

quinta-feira, maio 04, 2006

Dicas pra não falar ou ensinar errado - 01

Profundidade de foco e profundidade de campo são sinônimos?
Embora no linguajar corrente - mesmo entre alguns profissionais - os dois termos sejam às vezes usados indistintamente, eles não tem, a rigor, o mesmo significado. A profundidade de campo é a área, na frente da câmera, dentro da qual qualquer objeto estará nitidamente focalizado. Essa área é maior ou menor de acordo com alguns parâmetros, como a abertura utilizada no diafragma, por exemplo. Com aberturas menores, tem-se área de foco ampliada, com abertura grande esta área torna-se restrita. O controle manual da abertura é por isso utilizado muitas vezes para a obtenção de efeitos artísticos, como desfocar o fundo para dar destaque ao primeiro plano. Por outro lado, a profundidade de foco refere-se à área semelhante, porém localizada dentro da câmera, atrás das lentes. O filme fotográfico, a película cinematográfica e o CCD / CMOS precisam estar a determinada distância das lentes para que a imagem fique nítida. Esta distância, no entanto, ao contrário do que ocorre com a profundidade de campo (normalmente medida em metros), é muito menor, da ordem de milímetros. Normalmente em câmeras com objetivas fixas (não removíveis) essa característica não tem importância: como o conjunto óptico é fixo - não pode ser alterado, já vem com ajuste de precisão de fábrica. No entanto, em equipamentos profissionais a objetiva pode ser removida e trocada por outra. Neste caso, pode haver variações milimétricas nos encaixes das lentes, e dos equipamentos, suficientes para acarretar problemas de foco nas imagens. Essas variações não são normais, mas podem ocorrer, e dizem respeito ao conceito profundidade de foco. Profissional que se defronta com essas duas situações, utilizam o termo correto, para nomear cada um deles, não podendo utilizá-los indistintamente. Assim, para o conceito tradicional que se refere à área em foco na imagem registrada pela câmera à frente da mesma, o termo correto é profundidade de campo.


Decupagem e minutagem são sinônimos?
Utilizados às vezes indistintamente, de modo incorreto, os dois termos tem na verdade significados diferentes. O termo "decupagem" é relacionado à cenografia de um vídeo / filme. Ao ler o roteiro, torna-se necessário descrever e relacionar tudo o que será exigido para o registro das cenas. Assim, se o roteiro fala em uma cena que acontece no interior de uma residência antiga, conforme a cena e o enquadramento exigidos serão necessários móveis antigos, quadros, lustres e uma série de objetos de cena para fazer referência à época ali representada. Se o roteiro pede um sorvete, poderá, conforme o que vai ocorrer, ser feito um mockup (imitação do objeto), e assim por diante. Já o termo "minutagem" refere-se ao ato de assistir uma gravação e anotar os minutos e segundos em que as cenas sucessivamente aparecem. A minutagem é útil como referência para a edição (saber em que fita e em que posição determinada cena está), assim como para montar um banco de imagens a serem utilizadas em trabalhos futuros.

Fonte: Fazendovideo.com.br